sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Zarayaland: K-torze

É com prazer que vos apresento o Zarayland 14. Voltando das férias. E na vida real, eu estou entrando de férias. Sim, tirarei 15 dias para ficar com minhas filhas e meu sobrinho que chegam a Recife amanhã (sábado 07/01/12) para passar as férias comigo. Isso me deixa muito feliz!

Neste hiato recebi visitas fantásticas aqui em Recife: Marlos Degani (setembro), Eveline Tomasco e Grazi Reiff (outubro), Marinaldo Imperiano e Ana Oliveira, Marcelo Gomes e Rosângela Batista (novembro) com esses dois casais conheci Pipa (RN) e em breve contarei aqui como foi. E por último o poeta Lúcio Celso Pinheiro. Final de ano agitado!

Meu novo apartamento está quase pronto. Se não fosse pela demora do marceneiro e pela grana que anda curta, já estaria 100%, mas já estou bastante feliz como está agora! Mas deixemos de ladainha e vamos ao que interessa, a edição 14 ficou assim:

1) Conto como foi a homenagem que o Desmaio Públiko recebeu no Rio de Janeiro pelos 20 anos de verso. Não me canso de lembrar!

2) A última parte da saga vivida por mim e por JR Blue no Carnaval de 1993. Dedico estes III tomos ao Blue que me pediu para contar esta odisséia.

3) Disponibilizo e falo um cadinho do clipe de Moça Bonita do músico Penna Firme.

4) Resenho o surpreendente livro Ladrão de Almas de Odervan Santiago.

5) DMV by Marlos Degani, finalmente escrevendo sobre Chico Buarque. Já estava achando que o poeta estava doente! As Cidades para vocês!

E é isso, um feliz 2012 para todos. E o Zarayland não para!!!


Um beijo, um queijo e um beliscão de caranguejo!

Desmaio Públiko: 20 Anos de Verso!

Em 2001 quando o Desmaio Públiko fez 10 anos, a Prefeitura de Nova Iguaçu (o Prefeito Mario Marques e o Secretário de Cultura Nelson Freitas) em parceria com o Circuito Cultural Banco do Brasil, realizaram uma homenagem ao nosso querido fanzine, lançando uma revista comemorativa no SESC Nova Iguaçu numa noite regada à poesia, vinho e um Buffet classe A.

Dez anos se passaram, quase não existiram edições novas neste hiato, pouquíssimas conseguimos editar. Não por falta de material, mas sim, pela velocidade com que a vida passou a ter. Com a velocidade com que tantas outras coisas aconteceram. Tudo tomou num ritmo diferente. As pessoas são outras. Não são mais aqueles comparsas ávidos pelo fanzine como a única forma de divulgar seus poemas como eram em 1991.

Hoje existem blogs, sites, jornais, revistas com a facilidade que há 20 anos atrás nem sonhávamos. Hoje quando vejo que a Prefeitura de Nova Iguaçu, colocou 8 milhões de reais no orçamento para a Cultura, me lembro de quando o máximo que ela nos dava eram uns míseros cartazes xerocados, duas caixas de som e “poder” usar o seu nome (da Prefeitura), caso alguém encrencasse com nossos eventos em praças públicas.

Mas mesmo, o Desmaio Públiko com suas “penas” penduradas, esperava ainda assim que a Prefeitura de Nova Iguaçu se organizasse para dedicar algum esforço para homenagear este fanzine que escreveu a história dos anos 90 em suas páginas editadas semanalmente, levando tanta poesia para fora das gavetas. Divulgando e descobrindo novos talentos e reafirmando tantos outros mestres.

Como ninguém fez contato a respeito, já havíamos perdido as esperanças em ter esta data registrada de alguma forma. Mas surpreendentemente, surge um amigo (posso dizer um admirador, posto que ele mesmo já se colocou assim várias vezes) que juntando sua trupe, escreveu um projeto para o Governo do Estado e conseguiu a verba para uma homenagem com tudo que temos direito. Seu nome: Marcelo Peregrino.

Pererê (como o chamo carinhosamente) junto a Rodrigo Batata e a Rádio Rua com colaborações indispensáveis de Moduan Matus (o maior colecionador vivo do Desmaio Públiko e de todas as publicações da Vício & Verso), Sil, J.A Lima (os maiores possuidores de imagens daquela época) tornaram o dia 17 de novembro uma data para entrar para os anais da história literária de Nova Iguaçu.

Mais que uma exposição fotográfica e de imagens em vídeo. Aquele dia ficou marcado por reunir num mesmo espaço, amigos tão queridos de tanto tempo atrás, que já não residem em Nova Iguaçu, ou mesmo que tinham outro evento no mesmo dia, amigos que se reviram depois de 20 anos (menos talvez), mas foi como um resgate de nossa amizade, de nossa juventude (ainda que todos já colecionemos nossas tatuagens que o tempo faz para nos mostrar que estamos vivos e metamorfoseando-nos dia-a-dia).

Não vou citar nomes, pois seriam tantos que ficaria chato e não me atrevo a fazê-lo com receio de esquecer alguém. Mas fiquei muito feliz e surpreso em encontrar pessoas que há tanto tempo não via e que vieram de tão longe. Além de novas carinhas sedentas por conhecer a nossa história, o que para mim também foi um grande presente! Obrigado!

Com cerveja para ninguém reclamar (e é assim que esses poetas gostam), petiscos bacanudos, poesia transbordando pelo ladrão, amigos, fotografias que fizeram o público se emocionar, uma noite agradabilíssima no Espaço Cultural Sylvio Monteiro como há tempos eu não vivia. Fiquei emocionado tantas vezes que fica difícil escrever sobre.

Só tenho mais uns versos para finalizar: obrigado a Marcelo Peregrino, Rodrigo Batata, Adonis, Marcelo França, Jimmy Lage e Maurício Galo pela produção do evento e a todos que escreveram comigo e com Eud a história do fanzine e do grupo nesses últimos 20 anos. Principalmente, obrigado a Eud Pestana, parceiro que me convidou para esta viagem chamada Desmaio Públiko, escrevendo assim a minha própria história!

Carnaval 1993 – Última Parte

Leia antes as partes 01 e 02 desta saga em:
http://zarayland.blogspot.com/2011/08/carnaval-de-1993-parte-i.html


Não lembro exatamente a que horas chegamos a Paraty, mas já era noite e faltava luz nas redondezas da rodoviária. Confesso que fiquei decepcionado. Queria a Paraty turística das fotos, uma São João Del Rey a beira mar. Mas ali eram só casas normais, quase iguais as do Monte Líbano... Mas como que num portal, passamos para o outro lado e chegamos a um lugar mágico.

O choque e minha lembrança, hoje misturada aos sentimentos, tornam aquele momento onírico. Quase como aquela cena de HellBoy quando entram no mundo da magia. Encantados com as ruas, lojas, bares, circulamos meio que captando a poesia do momento, meio que procurando pistas de Shirley (irmã de Blue que estava com casa alugada lá).

Com fome, a ressaca já havia passado, resolvemos comer. Pedimos para deixar nossas bagagens numa tenda da Defesa Civil e partimos para procurar um restaurante que aceitasse CredCard (nossa única moeda) para podermos jantar.

Encontramos um restaurantezinho vazio, simpático e agradável. O garçom veio até nós, nos entregou os cardápios e perguntou: “Uma cerveja estupidamente gelada?” Esquecidos, já, de como havíamos passado mal de manhã por conta da cachaça e diante daquela oferta “Estupidamente gelada” um olhou para a cara do outro e concordamos de imediato salivando como coiotes.

O garçom trouxe o engodo. Estava quente. Não fresca. Quente. Porra que sacanagem é essa? “Garçom, esta cerveja está quente!” Ele trouxe outra. Quente. Na terceira ele já estava sem paciência e insistia que estava gelada: “Põe o dedo na chapinha, olha como está gelada?”. Não entendia que a gente estava bebendo. E sabíamos mais que ninguém que aquelas cervejas estavam quentes! Mas nossa comida chegou, comemos, pagamos e fomos embora procurar Shirley.

O Blue com os sentidos super aguçados, direcionava a gente usando apenas isso: a intuição. Dizia: “Por aqui!” E eu: “ Você sabe que é nesta direção?” E ele: “Tenho certeza! Alguma coisa está me chamando para cá...” Então tá.

Entramos numa das ruas e havia um grupo de pessoas cercando um pequeno show. Era o grupo VientoSur de música latina-americana. Ficamos ali viajando no som daquelas flautas de bambus e melodias peruanas. De repente no meio do público Blue reconhece um rapaz que trabalhava com sua irmã e provavelmente estava na casa. Fizemos uma festa. Primeiro por não estarmos mais náufragos e depois pela sintonia que o Blue estava com o cosmos. Duca!

Em casa, com olhares meio atravessados dos outros mantenedores da casa, eu e Blue nem queríamos saber. Queríamos era mais!! Acampamos na sala e caímos na noite. Dia seguinte, conhecemos a cidade, jogamos pela primeira vez frescobol (sim, levamos raquetes – peso) e bebemos o dia inteiro com dinheiro emprestado por Shirley que ainda disse: “Ninguém pode fazer cara feia para vocês, duas amigas no dia em que chegamos conheceram dois caras e eles estão lá direto, praticamente morando lá...”

A noite cansados e sem disposição para o carnaval decidimos ir dormir. Mas ao chegar à escada da casa, ouvimos a sinfonia violenta e sexual de um casal que sem se importar com a vizinhança cantava alto seus gemidos amorosos. Eu e Blue nos entreolhamos e decidimos não entrar. Ficamos na esquina, sentados numa pedra esperando acabar. E da esquina dava para ouvir tudo. Visto que não iria acabar tão cedo e que já estávamos ficando excitados resolvemos voltar para a cidade para beber umas e esfriar a cabeça.

Dia seguinte bem cedo depois do café-da-manhã Shirley nos chamou num canto e nos disse: “Fizemos uma reunião, votamos e decidimos que vocês vão ter que partir assim como os namorados das meninas. Tomem aqui dinheiro, peguem o ônibus Paraty / Rio – Direto, que meio-dia vocês estarão em casa”. Ok. Obrigado Shirley por tudo, vamos nessa.

Ah se fosse simples assim. No caminho, contando aquela grana, com a aventura correndo forte nas veias ainda. Cansados, mas não querendo que acabasse assim, num ônibus leito, direto para casa, nossa viagem, calculamos: “Ou pegamos este bus, vamos direto para casa e the end ou vamos fazendo baldeação até Nova Iguaçu e ainda sobra dinheiro para irmos bebendo até lá”.

Nem preciso contar qual foi a resolução, né? Dez horas de viagem entre ônibus velhos, tempestades, motoristas que corriam como loucos e paradas, muitas paradas para enchermos nosso tanque e voltarmos felizes com um dos melhores carnavais que já passamos! Onde tudo deu errado e ao mesmo tempo tão certo!


Clipe: MOÇA BONITA - Penna Firme

No primeiro clipe, de seu ótimo disco LEVANDO A VIDA ASSIM (post mais acessado ano passado aqui na Zarayland) Penna Firme se cercou de gente talentosa e criativa e bonita para traduzir Moça Bonita em imagens que nos remetem a filmes dos 70’s e as capas de LPS desta mesma época.

A música é “jorgebeniana” e a grande sacada foi a recriação das antigas capas de vinis “animadas” dando um charme especial ao clipe, só perdendo para todo o charme da atriz Shai Almeida que desfila sua simpatia e sensualidade quando a gente pensa que a tal Moça Bonita não vai aparecer. Um clipe bacanudo dirigido por Rabu Gonzales e realizado pela NKP Produções.

Penna Firme já anuncia mais um clipe vindo por aí, Um Corpo Só, a partir do projeto lançado no site de financiamento coletivo Zarpante Lda. Música em parceria com Bnegão, Rafael Kalil e Marcello Valbon. Aproveita ainda para convidar quem tiver disposição para partcipar das filmagens:

“Salve meus amigos!!
Primeira chamada para gravação do Clipe: preciso de amigos e amigas para fazerem participação nas filmagens. Vai ser dia 18 de janeiro.Quem puder dá um toque avisando!!! (P.F)”

Queria estar no Rio para participar!

LADRÃO DE ALMAS - Odervan Santiago

Assim como em seus contos, sempre muito esperados nas nossas leituras dos EnContos, Odervan Santiago recheia seu primeiro livro com vários personagens. E todos com uma profundidade oculta que nos deixa durante todo o livro com aquela sensação de que mais alguma coisa será revelada deste ou daquele personagem. Aliás este gostinho de quero mais é um dos méritos do livro Ladrão de Almas.

A leitura é tranqüila e por vezes parece que nada irá acontecer, mas ainda assim você não consegue parar de ler seus curtos capítulos que trafegam brilhantemente em flashsback, no presente e em textos escritos pelo personagem. Consegui várias vezes ler o livro como um filme. Um thriller costurado numa trama por vezes hermética por vezes clara como um dia comum na vida de qualquer um.

A história gira em torno de um fiscal do governo, que diante de sua vida entediante começa a viajar nas outras pessoas. Costumo muito fazer esta brincadeira em bares (quando estou só) e em filas de banco. Escolher alguém e começar a imaginar quem é ela, onde mora, o que faz, como é sua família, etc e tal. Só que no caso do personagem de Ladrão de Almas, isso se torna uma fixação que o leva a situações inusitadas, narradas por ele mesmo anos depois – agora um escritor já famoso – para seu último livro que só poderá ser publicado após a sua morte.

Odervan consegue nos prender do início ao fim com tiradas bem humoradas, filosóficas, um “Q” de existencialismo e um andamento hora arrastado, hora hardcore.

É um livro para se ler mais de uma vez. Na segunda vez, muitos detalhes que passaram despercebidos na primeira leitura se tornam mais nítidos e você suspira: “Porra, tava ali...”

Gostei bastante de Ladrão de Almas, acho que dá um grande roteiro para cinema (se liga Marton Olympio, se liga Thiago Guerra). E gostaria muito de ler também Cegueira Súbita, livro fictício do personagem, mas que me pareceu bastante interessante. Que venham mais, Odervan Santiago!

Você acha o livro Ladrão de Almas de Odervan Santiago aqui: http://www.travessa.com.br/Busca.aspx?d=1&cta=1&tq=ladrao+de+almas

DMV – As Cidades – Chico Buarque

Meu amigo Cézar Ray deve dizer o seguinte quando começar a ler este DMV: − Estava demorando demais para o Degani falar do Chico... E ele, como sempre, está com a razão. Evitei escrever sobre alguns dos vários discos dele que fazem parte da minha vida, propositalmente. O Cézar e mais alguns amigos meus acham que eu passo a vida toda ouvindo o Chico Buarque... Ouço, é verdade... Mas nem tanto... E a hora chegou!

Antes de falar propriamente do disco em voga, há um aspecto sobre Chico Buarque que gostaria de comentar com vocês: muitas pessoas atribuem a admiração que têm por ele, além da própria e indiscutível genialidade do compositor, por conta de sua (dele) participação na época da ditadura militar brasileira com composições históricas que estão eternizadas na memória do Brasil e dos brasileiros contra a falta de liberdade de expressão e tudo de nefasto que isto acarreta. Tudo bem. Respeito e admiro sincera e profundamente. Mas o artista, na minha quase isolada opinião, não tem obrigatoriamente de se envolver nas questões sociais e/ou políticas de seu povo ou de seu país ou de qualquer povo ou lugar que haja. Sei que é uma posição polêmica, mas não vejo, não vi e nunca verei este cordão umbilical do artista com quaisquer causas. No caso do Chico, ele participou porque achou que tinha de participar. Mas se não o fizesse seria o mesmo Chico, até porque as canções ditas engajadas são as piores que ele compôs, na minha empírica e leiga avaliação. A única causa do artista tem a ver com a sua arte. E já faz muito. E é difícil para alguns bobões de plantão entender isso, pois veem a vida com um ato de rebeldia, não aquela necessária às boas causas, mas, sim, aquela eternamente contra tudo e contra todos, aquela xiita, aquela idiota que, infelizmente, observamos por aí com alta frequência. O que me incomoda é a patrulha ideológica: são os tais que tomam conta da vida dos outros e “exigem” isso, “exigem” aquilo. Uns bossais egocêntricos que não enxergam a um palmo de seus próprios umbigos.

Vamos deixar de lado esses assuntos e tratemos de falar sobre o que nos interessa. O DMV desta edição versa sobre um discaço: Chico Buarque - As Cidades, de 1998, Sony, selo RCA, produzido por Luiz Cláudio Ramos e Vinícius França e capa maravilhosa do Gringo Cardia.

As Cidades representa um ponto especial na carreira do nosso Chico. Um disco de tom triste, proposital, que ele imprimiu nas gravações. Segundo o próprio, a unidade veio nas últimas seis canções do disco, porque até então nada o conceituava, o alinhavava. Na verdade um cara perdido entre vários sonhos em várias cidades. O disco tem pontos altíssimos: “Sonhos Sonhos São” traz pelos menos dois fragmentos de lirismos impressionantes − “Aliso teus seios e toco/Exaltado coração/Então despes a luva para eu ler-te a mão/E não tem linhas tua palma...” E o outro: “Conduzo tua lisa mão/Por uma escada espiral/E no alto da torre exibo-te o varal/Onde balança ao léu minh’alma...” − noves fora o bandoneon do Ubirajara Silva que recorta toda a composição de maneira desalinhada, tensa e genial. Uma particularidade dessa música é que toda a tensão dá-se pelo narrador ser uma salvador da pátria, diante da falência dos sistemas econômicos da América Latina e ele não está muito interessado no tema e sim no seu amor distante. Um sonho dentro de um outro sonho.

Outros pontos altos do disco: Assentamento (o compositor faz referência direta à obra de Guimarães Rosa numa canção estritamente brasileira, de letra de alta densidade poética e ricos arranjos de LC Ramos e belo violão do próprio), A Ostra e o Vento (da trilha sonora homônina do filme de Walter Lima Jr, com participação especial da Branca Lima, que soma uma voz quase adolescente, porém cheia de presença e estilo; destaque para o naipe de metais e o piano de João Rebouças), Iracema Voou (a velha brincadeira do nome Iracema que contém todas as letras de América, mas numa história que conta a discreta saudade que ela tem de sua terra, o Ceará, mas que prefere ficar por lá, enquanto der) e Cecília (parceria com LC Ramos, linda letra e exuberante arranjo do maestro). Há a hermética Você, Você, parceira com Guinga. Uma música sem dúvida sofisticada, mas que o próprio Chico não tocava em shows por insegurança. Já pensou na “simplicidade” do Guinga?

Na minha humilde opinião, As Cidades, até agora pelo menos, foi o último grande álbum do Chico. Acho que a literatura cooptou o nosso compositor de maneira definitiva, apesar dele ter lançado mais dois álbuns de inéditas depois desse, o “Carioca” e o “Chico”, além de coletâneas e discos ao vivo.

O nosso Chico Buarque frequenta a galeria dos medalhões-compositores de toda a história da música brasileira, junto com Carlos Gomes, Noel Rosa, Luiz Gonzaga, Heitor Villa-Lobos, Tom Jobim, Cartola, Pixinguinha, Ary Barroso, João Gilberto, Dorival Caymmi, Jorge Benjor, Roberto e Erasmo Carlos, Caetano Veloso e Milton Nascimento, enfim, o primeiríssimo time. Não, não me esqueci do Gilberto Gil. Por algum motivo, ele fica no primeiro time, mas não no primeiríssimo, claro, na minha modesta opinião. Aliás que primeiro, hein? Lupicínio Rodrigues, Gil, Gonzaguinha, Fagner, Djavan, João Bosco, Aldir Blanc, Elomar, Vinicius de Moraes, Paulinho da Viola e Paulo César Pinheiro.

Então é isso! Se não sonhou, sonhe, se não ouviu, ouça. Se não amou, ame. Se ainda não deu um, dê dois: vexames.

Linkezinho para conhecer o As Cidades: http://www.4shared.com/rar/fY0UnpHT/1998_-_As_Cidades.htm

Marlos Degani
Para quem não sabe, Marlos Degani é poeta. Lançou em 2007 o livro “Sangue da Palavra” e o Cd de poemas “Até Agora!” é colunista do site Baixada Fácil. Acompanhe o poeta em:

Twitter @MarlosDegani