quinta-feira, 5 de maio de 2011

M@SS – MULTI ATITUDE SUB-SOLO

Achava que em Nova Iguaçu eu era o único cara que ouvia Chico Science & Nação Zumbi e todo o movimento Manguebeat (ou Manguebit). Meus amigos da época, nem sabiam do que se tratava. Todos muito mais ligados em MPBs e afins. E eu lá descobrindo a música eletrônica, desbravando o Hip-Hop, o metal e o indie rock!

Chico faleceu em 02 de fevereiro de 1997, motivo de grande tristeza para mim e, na época, para outros comparsas que começavam a gostar de seu som e do conceito Mangue.

Para minha surpresa um tempo depois, estava tomando umas no Choppimpé, uns carinhas passaram filipetando uma festa. Não uma festa comum, mas um Tributo ao Chico Science! Fiquei surpreso e amarradão! Existia um outro planeta dentro do meu universo que não conhecia! Trocamos telefones, marcamos umas cervejas. Fizemos amizade!

Eram eles: Ricardo Quirino e Jorge II (ou Jorginho) que com Ferreirinha formavam o M@SS. Coletivo organizador de festas, shows e eventos e produtos culturais. Como bom e animado produtor cultural amador que eu era, me juntei ao grupo. No início somente fazendo seus cartazes e flyers. Depois declamando poemas nos eventos. Passei a dividir sets como DJ nas festas. E por último organizando e idealizando junto a eles, outros eventos.

Com o tempo outros diamantes se juntaram a nós, como Marcelinho (Marcello Comuna), Dudu, Rogério, Canisso, DMT e toda uma nova geração pronta para arrepiar a comportada cidade.

Com o M@SS produzimos festas no MAB que ficaram para a história alternativa da cidade de Nova Iguaçu. Muita gente ouviu pela primeira vez várias bandas e projetos em nossas festas. Produzimos shows, como das bandas SQWAS, Pé do Lixo, Unabomber, Narguilé. Criamos eventos de Hip Hop (Hip Hop na Veia), todo ano a festa “Todo Camburão tem um pouco de Navio Negreiro” comemorava a semana da Consciência Negra, fizemos festas de música eletrônica, arrecadamos fundos para um trailer/bar, onde bebíamos, que explodiu. Muitas vezes (a maioria) com dinheiro de nossos próprios bolsos. Pagávamos para as pessoas curtirem. Até os bares dos eventos (onde poderíamos lucrar algum cascalho) davam prejuízos. Saborosos prejuízos.

Mas a intensidade com que vivíamos a noite nos fez dar um freio violento em nossas vidas hardcore. Fui pai em 1999 e dei um tempo da noite, em andar com meus amigos vampiros. Quirino, para dar uma brecada geral, entrou de cabeça em projetos sociais ligados a Igreja Católica e Jorginho seguiu com novos parceiros.

A época do M@SS foi muito elétrica, onde a música a amizade e as novidades sacolejavam lado a lado. Olho para trás e vejo como éramos loucos, irresponsáveis, sonhadores mas acima de tudo românticos, e sinto saudade, muita saudade!

5 comentários:

Joséricardo disse...

poisZé ( esse é o nome do meu fut blog euma grif de camisetas). pois é, euera fã do poeta Cezaray e ele nao me conhecia, mas através do m@ss fiquei amigo desse cara polivalente mult atitude. bela narrativa vc é 10. essa é a 3ª tentativa pra postar um coment.

Zaray disse...

Quirino véi di guerra!
Adorei o post, valeram as 3 tentativas! Eu sou teu fã e sempre serei grato a sua generosidade, amizade, amor...
Vou te contar uma parada, eu e mais 3 amigos criamos uma estamparia aqui em Recife: OuT-Shirt, adoraria imprimir camisestas do PoisZé na minha fábrica. Vamos lançar nossa grife também, a Vício&Verso. Dia 21 estarei em Nova Iguaçu e adoraria revê-lo. beijos. te amo irmão!

Vanessa Rodrigues disse...

não há prejuízo quando se tem grandes amizades, culturarte pulsando na veia e vivas histórias para contar.. isso sim, vale mais que qualquer bolso vazio

gostei da publicidade e adorei poisZé

xeros

Joséricardo disse...

jah eh Cezah me liga 8362-2244, q nos veremos, quero te pedir e homenagear para vc fazer a 1ª logo da poisZé, vá jah trabalhando e traz jah algo preu ver.
Vanessa vc eh mt espirituosa,valeu pela força, intrigante o "xeros".
bjs p/ vo6.

Marcello Vieira disse...

Me lembro das madrugadas colando cartazes pela cidade. Aquele golzinho quadrado do Quirino, uma lata de cola, brochas, sonzeira no cd player e muita paixão. Eu era apenas um menino com meus 17 anos querendo abraçar o mundo. Tenho ótimas lembranças. Lembro do dia que o Jorginho me falou do Cesar: "Conhecemos um cara muito louco, tu tem que conhecer ele". E eu conheci e me apaixonei.

Lembro que nesse tributo ao Chico eu levei um chapéu de palha da minha mãe. Em determinado momento colocamos o chapéu no chão no meio do salão, e abriu-se uma roda enorme ao redor do mesmo. Ao som da Nação Zumbi, batíamos palmas e dançávamos. Uma especie de ritual transcendental...nunca me esqueço disso!
O chapéu, no fim da festa sumiu, talvez tenha sido arrebatado pelo Grade Caranguejo experimentalista.

Viveria tudo de novo, tirando certos excessos que meus 32 anos e responsabilidades como chefe de família me implicam.

Dia 21 eu te enquadro! E ó, fiquei com ciúmes, vou querer uma logo para minha grife e blog tb! rsrsrs.

Bjs, te amo dindo!